A beleza da beterraba

Sempre fui fascinada pela beterraba. Não pelo sabor mas pela cor. Aprendi a gostar de beterraba comendo ela cozida no feijão e fui incorporando a belezinha aos poucos na minha rotina.

Depois de criar uma sopa que é um verdadeiro sucesso pra cumbuca® eu percebi que muita gente adora beterraba mas não sabe muito bem o que fazer com ela. Tá aqui uma receitinha rápida, fácil e deliciosa. Vamos aproveitar que o outono chegou e é época de beterraba e  trazê-la pra mesa.

Salada de beterraba com salsinha

Rende: 6 porções para servir como entrada ou 3 para acompanhamento

Tempo de preparo: 30 min + 30 min de descanso

Ingredientes

1/4 xícara de suco de laranja (se não tiver laranja em casa pode ser substituído por suco de abacaxi ou caju)

1 colher de sopa de suco de limão

1/4 xícara de azeite de oliva extra virgem e um pouco mais pra decorar

500 gr de beterraba, parece muito mas são mais ou menos 02 beterrabas grandes - se for comprar na feira orgânica escolha tipos diferentes, sua salada vai ficar mais linda ainda

1/4 de uma cebola roxa - se não tiver substitua pela metade de cebola comum pois o sabor dela é mais forte

01 xícara de salsinha lavada e seca

Sal e pimenta do reino a gosto

Como adereço: ricota (opcional mas recomendável) ou  iogurte que já ensinei a fazer aqui e aqui.

Equipamento: Fatiador tipo mandolina

Preparo

1 - Misture os sucos, o azeite e aproximadamente ¼ de colher de chá de sal e pimenta do reino. Separe numa vasilha que servirá para temperar toda a salada. 

2 - Lave e descasque as beterrabas. Se estiver com as folhas, deixe um cabo de 2cm o suficiente pra você segurar. Quando for fatiar.

3 - Eu não tenho uma mandolina (mas ela está na lista de desejos que toda cozinheira tem) e tenho uma versão bem simples que comprei na Liberdade. Você pode usar o lado de fatiar que vem na maioria do ralos multi uso do mercado. Se quiser ralar grosso, o efeito não vai ser o mesmo. A beterraba vai virar uma massaroca. Então se não tiver nenhum tipo de fatiador, use sua habilidade e paciência para fatiar finamente a beterraba e depois fazer palitos bem finos dela. 

4 - Fatie a cebola da mesma espessura, 0.3 cm aproximadamente.

5 - Misture a beterraba, a cebola e a salsinha no molho e ajuste sal se necessário. Deixe descansar por 30 min mexendo de vez em quando. Os sabores vão se combinar a beterraba vai ficar macia, como se estivesse cozida. 

6 - Para servir, escorra o líquido se estiver em excesso e decore com uma colher do queijo preferido. Salpique pimenta e regue com um fio de azeite. 

Meu bolo preferido

Um dia, não sei bem porque, estava contando pra uma amiga qual era meu bolo preferido. Lembrei de quando comi pela primeira vez um pedaço dessa delícia e não conseguia mais parar. Implorei para minha mãe pedir a receita e lá se foi ela copiá-la. Palavras tão simples, que combinadas, seriam o marco da minha infância. Eu tinha apenas 6 anos, mas me lembro da surpresa que senti ao morder o primeiro pedaço. Os olhos dela brilharam e me pediu a receita. Aqui vai!

Bolo Felpudo

Ingredientes

Para a massa

05 ovos   

2 xícaras de açúcar refinado

200gr de manteiga 

2 xícaras de farinha de trigo 

01 vidro pequeno de leite de coco

1/2 xícara de leite 

01 colher de sopa de fermento em pó 

Para a cobertura

2 xícaras de água

1 e 1/2 2 xícaras de açúcar

50 gr de coco ralado seco

Preparo 

Ligue o forno e pré aqueça em 180º. Unte uma assadeira de aproximadamente 33 x 25 cm.

Separe as gemas das claras e bata as últimas em neve. Reserve.

Na batedeira, coloque a manteiga, as gemas e o açúcar e bata até ficar bem cremoso e esbranquiçado. Desligue a batedeira e com uma espátula, mexa o fundo. Por mais potente e perfeita que seja sua batendeira, sempre vai ficar um fundinho de gema sem misturar direito. 

Ligue novamente a batedeira em velocidade de média pra baixa e acrescente o leite, a farinha e o leite de coco alternando, um e outro, até acabarem os ingredientes.

Acrescente o fermento em pó e misture as claras. 

Dica: 

Para as claras não perderem o todo o ar, misture 1/3 das claras em neve à massa misturando vigorosamente e os outros 2/3 bem lentamente. Em movimentos de baixo para cima até que o ar das claras tenha se misturado com a massa.

Despeje na assadeira e leve ao forno por aproximadamente 30 min e lembre-se. Faça sempre o teste do palito que eu já falei aqui.

Enquanto o bolo assa prepare a cobertura. 

Bolhas no ponto de calda em fio mole.

Coloque todos os ingredientes numa panelinha e leve ao fogo alto. Assim que levantar fervura, deixe a chama do fogão em um nível que o liquido borbulhe mas não suba na panela.  Ele ficará assim por mais ou menos 15 minutos. Mexa de vez em quando. Quando as borbulhas começarem a diminuir de tamanho, teste o ponto da calda levantando a colher. Para o ponto de fio mole, a calda tem que escorrer e não pingar da colher. Se você não faz ideia do que eu estou tentando explicar. Deixe o liquido reduzir a 1 terço e você já terá uma calda. 

Assim que o bolo sair do forno, despeje a calda ainda quente sobre ele. 

Esse é um daqueles bolos que fica mais gostoso quando está descansado. Então melhor fazer com pelo menos algumas horas de antecedência.

Acompanhamento principal

Essa é mais um ideia que uma receita. Tudo que eu vejo por aí vou anotando e um dia vira comida. São combinações que vejo num sorvete ou num suco e podem ir parar na salada ou no tempero de uma carne. Não me lembro exatamente de onde veio esta inspiração só lembro que no meu bloco de notas estava assim: Batata + coentro + cebola caramelizada. 

Despois de tanto tempo eu resolvi fazer um purê com estes itens de sabores tão marcantes. Acompanhei um picadinho de carne com aromas do oriente médio tipo canela, cominho e cúrcuma, e ficou incrível. Nem preciso dizer que o acompanhamento roubou a cena, né?

 Purê de batatas com coentro e cebolas caramelizadas

3 batatas médias
01 cebola grande picada em tiras finas
01 punhado de coentro lavado e seco
01 colher de sopa de manteiga
Sal e pimenta do reino a gosto

Preparo 

Cozinhe as batatas, descasque, amasse e reserve. Lave o coentro, deixe secar bem. Pique metade e deixe o restante em folhas. Caramelize as cebolas [siga o passo-a-passo abaixo que não vai ter erro]. Numa panela, derreta a manteiga, junte a batata amassada, o coentro picado e a cebolas caramelizadas. Deixe secar um pouco. Tempere com sal e pimenta. Sirva em seguida decorando com folhas de coentro.

Se este for o único acompanhamento, serve 2 pessoas generosamente.

Cebolas caramelizadas 

Eu sempre comi cebola caramelizada no Almanara, aquela que vem sobre o arroz com lentilha, e imaginava ser um bicho de 7 cabeças, ultra dificil de ser feito. No curso na WK aprendi que é mais simples que fritar ovo e por isso resolvi dividir com vocês. O mundo merece mais cebolas caramelizadas. Use em saladas, sanduíches e até pra servir sobre sopas.

Para começar, escolha a quantidade x o tamanho da frigideira você vai usar. Eu recomendo uma frigideira anti aderente com fundo triplo pra poder usar menos óleo e para que o calor seja distribuído de forma igual facilitando seu trabalho. Se não tiver, use qualquer frigideria e ajuste a quantidade de leo pra não grudar.

Para tiras de cebola, pique em meia lua [video de como picar cebola aqui]. Se preferir fazer em cubos, a técnica para caramelizar é a mesma. Aqui é mais importante que o tamanho da cebola seja uniforme. 

Aqueça a frigideira, adicione um fio de azeite ou óleo e acrescente a cebola. Para ajudar a desidratar a cebola, salpique um pouco de sal. Mantenha o fogo médio e vá mexendo até alcançar um cor marrom escuro. 

Tenha paciência pra ir mexendo. A cebola precisa ir dourando por igual. Na foto abaixo fiz uma comparação de tempos. Para 01 cebola, demorei 18 minutos na beira do fogão mas o resultado é compensador. 

Agosto é mês de ...

Agosto é mês sem "R". Já ouviu falar disso? Os antigos* usavam muito esta maneira de distinguir as épocas de colheita. Por coinscidência os meses sem essa letrinha são os mais secos do ano, portanto propícios a alguns tipos de frutas e vegetais. Vamos a alguns:

Tangerina

Faça suco, usem em saladas, coma pura, é uma delícia e deixa um cheiro de infância do interior nas mãos. Além de ser tão prática quanto a banana, é fonte de vitamina C.

Foto: opoderdasfrutas.wordpress.com

Mandioquinha

Esta prima da mandioca tem sabor muito muito suave e tão prática quanto a batata. A Mandioquinha Salsa ou Batata Baroa como é conhecida em alguns estados brasileiros acompanha quase tudo. Carnes, aves, peixe e até outros vegetais. Sopa, creme, purê, assada e até em chips.

Foto: Revista Globo Rural

Pimentão

De sabor intenso e adocicado, o pimentão verde é o mais comum nas mesas dos brasileiros apesar de encontrarmos também o vermelho e amarelo com muita facilidade nos supermercados e feiras. Pelo mundo afora existem outras variedades, tem até pimentão roxo, acredita?

Foto: www.correiodoestado.com.br

Brócolis

Este buquet verde está com tudo este mês. Além do preço mais em conta, o vigor da planta é notável em qualquer venda. Aproveite e reforme o arroz como eu fiz neste post aqui.

Foto: cozinhanatureba.blogspot.com

Quer saber quais são as outras verduras e frutas da estação? Consulte a tabela completa aqui.


* Antigos é como minha mãe chama as pessoas das gerações anteriores à dela. Aqueles que trazem consigo muita sabedoria e pouco estudo.

Julho é mês de ...

Todo mundo sabe que consumir produtos da estação é uma escolha inteligente. Dá um pouco mais de trabalho adaptar um cardápio rotineiro aos produtos da época mas confie em mim. Vale a pena e com o tempo vira até uma diversão. Adaptar a receita de batata gratinada por couve-flor gratinada. Optar pela salada de agrião ao invés do bom e velho alface.

O fato de morarmos num país tropical, e no meu caso numa metrópole onde tem de tudo, contribui pra essa nossa ausência de sensibilidade quanto as estações do ano. Em São Paulo mesmo, pode ser verão e inverno em menos de 12 horas. Mas quem está lá na "roça" percebe direitinho as mudanças e a natureza mais ainda. Então vamos arregaçar as mangas e ao invés de pagar R$16,00 numa micro caixa de blueberry só porque é bonitinha, vamos aproveitar o que a natureza nos dá de melhor e ainda pagar apenas R$4,99 na caixa de morangos.

 

Morangos 

Use de mil maneiras.  Em sucos, sobremesas smoothies ou até no molho do spaghetti. Já pensou?
Além de ser rico em antioxidantes e vitamina C. A pele agradece.

Foto: fanpop.com

 

Couve-flor

Gratinado, em sopas, cremes e saladas. Cozinhe no vapor para manter os nutrientes e não ficar muito molenga. Fonte importante de vitaminas A e C e minerais.

Foto: guiaalimentacaosaudavel.blogspot.com.br

 

Mandioca

Tão brasileira e tão pouco usada no nosso dia-a-dia. Pode ser a base de pães, purês, sopas, cremes. Está sendo muito usada pelos healtstylers de plantão pois não contém glúten.

Foto: mastermusculos.blogspot.com.br

 

Batata doce

A atual queridinha da trupe saudável e que gosta de malhar. Por ser um carboidrato complexo fornece energia para os treinos e saciedade.O sucesso dessa dona é tanto que tem até um blog com seu nome Frango com Batata Doce - eles exploram ao máximo esse ingrediente. Dá uma passadinha lá e inspire-se nas receitas. Seu cardápio vai ficar fit e cheio de novidades.

Foto: brasilfitnessribeirao.blogspot.com.br

Essa foi só uma listinha do que tenho visto de melhor por aqui. Se quiser ver a lista completa, é só visitar o site do Ceagesp. Eles são os especialistas no assunto.

Escolhas na mesa.

Na vida, você pode escolher tudo. Pense bem. Até quando você achava que não tinha escolha, você tinha. Algumas vezes a melhor escolha não é a mais fácil, nem a mais rápida, mas ela sempre existe.

Na cozinha não é diferente. Você pode ter um frango e resolver fazê-lo frito ou assado. Servir com macarrão ou salada.  E como dizia a Chef Gabi Martinoli "você pode tudo, desde que suas escolhas sejam conscientes".

Hoje eu escolhi usar iogurte pra cozinhar. Todo mundo fala que é saudável e blá, blá, blá mas o fato é que vejo poucas substituições por aí. Os indianos já costumam usar iogurte em vários pratos mas queria algo mais ocidental. Então a prova da vez foi: marinada de iogurte.

Palitos de frango com crosta temperada de pão

Para 2 peitos de frango cortado em tiras
1 pote de iogurte natural
1 colher de sobremesa de mostarda dijon
1 dente de alho amassado
sal a gosto
Pimenta do reino moida

Deixe o frango marinando nessa mistura por volta de15 minutos. Enquanto isso prepare a farinha.

Em um bowl, separe a quantidade de farinha de pão (pode ser de rosca, eu usaei uma feita de uma sobra de pão italiano) e tempere como preferir. Eu gosto de acrescentar um pouco de queijo parmesão ralado, sal e pimenta também não podem faltar. Já usei alecrim picadinho, paprica picante e curry. Cada um de uma vez. O sabor fica leve e dá um toque de "o que tem nessa casquinha mesmo?"

Pre-aqueça o forno a 180º. Unte uma assadeira rasa. Tire os palitos de frango do iogurte um a um, passe-os na farinha e acomode-os na assadeira com um pequeno espaço entre eles. Eles precisarão de 25 a 30 minutos em forno alto para ficarem crocantes e dourados por fora e macios por dentro. Se você achar necessário, vire os palitos de frango nos últimos 10 minutos. 

Como eu já tinha aberto o pote de iogurte mesmo, separei uma colher de sopa para fazer um molho com ervas para temperar a salada que escolhi acompanhar. Taí, iogurte de 2 maneiras no mesmo prato. Confesso que estou gostando e vou continuar com as provas. Aguardem!


 

Queijo é bom minha gente

O queijo tem muita importância na minha vida. É um dos alimentos que eu não vivo sem. Já fiquei sem comer carboidrato, chocolate e até sorvete por muitos meses, mas queijo nunca.

Além de ser uma delícia, faz parte da minha memória afetiva passar as férias na casa da minha avó materna, acordar cedo e tomar leite na mangueira.  No fim da semana, ver ela fazendo queijo com o excedente de leite. O queijo branco era uma delícia mas o mais esperado era o "requeijão de cortar". Se formava uma fila de 8 netos na beira do fogão pra comer um "puxa-puxa".

Há algum tempo, ao ver uma receita na Ana Maria e lembrar como o processo de fazer um queijo é simples resolvi tentar uma ricota, o mais básico e light de todos. E não é que deu certo?

Ricota Caseira

1 litro de leite integral
3 colheres de sopa de vinagre branco

Em uma panela, aqueça 1 litro de leite em fogo médio até ferver. O fogo médio, deve ser médio mesmo, o fogo alto "queima" o leite no fundo da panela. Quando ferver, apague o fogo e  acrescente o vinagre.  Mexa um pouco até talhar, uns 3 minutos.

Coe a mistura em uma peneira, transfira para um pano e esprema bem. O que sobrar no pano é uma ricota caseira. Um litro de leite rende aproximadamente 150gr de ricota. 

Esta base você pode temperar como quiser. Deixá-la doce, salgada, apimentada, fazer um patê, um recheio, tudo que sua imaginação mandar.


Nota: 
A receita do requeijão da minha vó eu já peguei com minha tia e vou fazer assim que a ricota acabar.

Guarde o pesto e faça frango

Pesto é um daqueles molhos que dão liberdade total pra inventar. É sim, eu já vi até uma versão thai. Além de livre, é democrático, agrada a todos os paladares e, com toda essa lberdade, as quantidades nunca são exatas e sempre fica um potinho na geladeira. Imagina, jogar fora uma sobra desse ouro em pasta é uma heresia. 

Quase sempre este tantico que acaba virando uma porção individual de massa ao pesto. Dessa vez resolvi pensar um pouco antes de simplesmente cozinhar uma xícara de pasta e levar ao prato.

A base do pesto é manjericão e azeite com uma proporção menor de alho e pinoli e um chorinho de parmesão. Isso não daria uma excelente marinada? Bazinga! Deu mesmo.

Frango ao pesto

Siga a receita abaixo e prepare o molho pesto com ou sem salsinha. Então, se você fez o pesto usando salsinha, pode guardar o que sobrar na geladeira ou fazer uma receita só pra marinar o frango.

Para 2 pessoas:
1 xícara de molho pesto
300 gr de peito de frango cortado em cubos
3 colheres de sopa de óleo de canola

Lambuse bem o frango e deixe marinando por aproximandamente 30 minutos.
Aqueça o óleo em uma panela com tampa (frango sempre espirra muito) e adicione o frango. Deixe fritar até dourar bem mexendo sempre pra desgrudar os pedacinhos de molho que forem ficando no fundo da panela.

Sirva com arroz, salada ou purê de abóbora. Salpique pinoli pra dar um charme.

Segue abaixo a receita do pesto que aprendi na aula da Carole Crema, no curso que estou fazendo na Escola de Cozinha Wilma Kövesi.

Molho Pesto

100g de folha de manjericão
1 dente de alho
30g de parmesão ralado
15g de pinoli tostados
5g de sal
100ml de azeite de oliva extra virgem

Bata todos os ingredientes no liquidificar ou processador, ou, se preferir, amasse num pilão o manjericão, o alho, o parmesão e os pinoli e o sal. Adicione azeite aos poucos e misture.

Minha experiência diz que usar o pilão é para poucas quantidades. Fica mais charmoso, mais pedaçudo e também totalmente inviável se você vai cozinhar pra mais de 4 pessoas. Se o seu pilão for enorme desconsidere esta observação.

O pulo do gato no pesto é saber dosar uma quantidade de folhas de salsinha para que ele não escureça. Basicamente, se vc servir na hora, pode usar somente manjericão, se quiser guardar, como eu, use mais ou menos 1/3 da quantidade total de folhas de salsinha, isso garante o sabor do manjericão com o verdinho da salsa. Pra quem não sabe, o manjericão escurece ao ser processado e o molho fica bem feioso depois de apenas 20 minutos em contato com o ar.

Outra dica bacana é sobre o alho, como ele vai cru na receita, vale a pensa experimentar o ponto do molho de meio em meio dente de alho, ou seja, acresecente meio dente de alho e prove, depois mais meio e prove outra vez até ficar no seu gosto. Vampiros não existem mesmo e alho sempre é uma dúvida, quando ele vem pra nossa cozinha nunca sabemos qual a idade dele, quanto tempo ficou esperando ser comprado após ser colhido. E quanto mais verde (jovem) o alho, mais apimentado e forte é o sabor dele.

Enfrentando os medos

Eu me considero uma leiga quando o assunto é frutos do mar, portanto os comentários que faço aqui são conhecimento gerado após muitas horas de programas de TV assistidos com atenção. Dá pra contar nos dedos de uma mão as receitas que faço com segurança incluindo o bacalhau e talvez um salmão grelhado. 

Como adoro frutos do mar, fico sempre observando e coletando receitas a fim de fazer um dia mas este fim de semana a coragem falou mais alto. Não usei nenhuma receita especifica, apenas os princípios de como temperar e assar na grelha. Claro que para a parte do fogo eu contei com a ajuda do marido. 

Acho que com esta experiência meu medo de deixar o camarão borrachudo, salgado ou insoso acabou. Se você seguir minimamente os passos abaixo, vai ter um camarão suculento e uma chuva de elogios `a mesa.

Camarões de churrasqueira

 

Limpe os camarões no estilo paulista (se for em alguma peixaria aqui em São Paulo é assim que se pede, se não, tire a cabeça e as tripas e mantenha a casca, ela vai proteger a carne do fogo e manter a suculência). Você pode usar qualquer camarão graúdo, cinza ou rosa.

Acenda o fogo e deixe ele queimando enquanto prepara os camarões. 

Tempere com suco limão, alho picadinho, pimenta do reino fresca, cebolinha picada (só a parte branca) e sal a gosto. 

Atenção para o sal: se você for deixar mariando mais de 30 min coloque pouco sal, se for deixar marinando 20 min como eu fiz coloque sal para que, na sua opinião, fique salgado, como a casca protege a carne do contato direto o sal ficará no ponto.

Diferente da carne bovina, o camarão já é muito macio e não precisa assar na brasa então coloque-os na grelha com o fogo ainda alta. O ponto de retirá-los é quando a casca estiver rosada e a carne firme. Isso dá mais ou menos de 3 a 6 minutos de cada lado. É bem rápido mesmo.

Para 2 adultos com fome, servi 4 camarões grandes para cada um. Com acompanhamentos leves, salada verde e de batatas, ficou uma refeição e tanto. Depois de hoje, prometo me aventurar mais nessas águas.

Uma polenta pra ficar na história

 

A receita básica eu já tinha postado aqui mas na minha família a tradição é a polenta com frango e a pulga de fazer um molho diferente sempre esteve atrás da minha orelha. Nada de novo passava pela minha cabeça até que há um tempo atrás eu fui no aniversário da Tia Linda lá em Campinas e a polenta que comi lá foi inesquecível. 

Primeiro era servida numa tábua de madeira gigante, quase 1,5 mts de diâmetro. Depois ela era servida em camadas, um show a parte. Polenta, queijo, molho branco, polenta, costelinha de porco, calabresa, caldinho dos dois, mais queijo e muito manjericão pra finalizar.

A inspiração veio com a saudade. Costelinha de porco com polenta ficou bom demais e seu eu misturasse umas outras carnes?  Como ficaria? Pra ideia ir pra panela não demorou nem 24 horas.

Molho de lingüiça com carne

1 cebola picada

4 linguiças de porco (eu usei a de lombo)

500 gr de carne moida, eu usei alcatra por ser mais saboroso

1 taça de vinho tinto

5 tomates sem pele e picados

Sal e pimenta

1 pitada de tomilho

Azeite para refogar

Refogue a lingüiça e a carne separadamente e em fogo alto pra não juntar água. Refogue

a cebola em um pouco de azeite junte as carnes, com o fogo ainda alto coloque o vinho e deixe evaporar. Acrescente os tomates e tempere com sal e pimenta a gosto e o tomilho.

Deixe ferver por uns minutos até todos os sabores e aromas se misturarem.

Na hora de montar a polenta, eu fiz uma camada de queijo pecorino. Se você não tiver, pode ser o parmesão ou a mussarela mesmo. O queijo se misturando aos poucos com a polenta e o molho elevam esse prato a outro patamar.

Invensões as vezes dão certo

Apesar do wiki estar um pouco abandonado não significa que minha cozinha e minha barriga estejam. Todo mundo que tem blog de comida sabe o quão trabalhoso é e mais difícil com uma blogueira exigente como eu que só bloga o que fica bonito.

Mas como uma das minha resoluções é postar mais aqui vai minha aventura do último feriado. Dia livre e muitos ingredientes disponíveis. Pensei logo em fazer uma lasanha de berinjela que eu adoro e o marido ama, mas aí achei pouco desafiador.

Lembrei que um dia, nem me lembro onde, comi um nhoque de mandioquinha dos deuses e resolvi tentar. Nunca tinha feito nhoque sozinha, quer dizer, eu cortava a massa quando era pequena ajudando a minha mãe mas começar do zero é outra história.

Cozinhei a mandioquinha, amassei com o garfo. Fiz bem a olho, acho que foram uma 3 bem grandinhas. Deixei amornar e coloquei 2 ovos inteiros. Na massa molenga adicionei 1 colher de azeite comecei a por farinha até ela ficar bem macia e lisa.

Não ficou a massa mais fácil de se trabalhar mas ficou levíssima. Enrolei, cortei e cozinhei em água com sal.

Depois de 2,5 horas em pé na cozinha fazendo só uma parte do almoço eu já estava obviamente sem forças para pensar em fazer um molho super elaborado. Abrir uma latinha de alguma coisa pronta e salgada, nem pensar.

Então derreti uma colher de manteiga da boa, passei um dente de alho, joguei o nhoque, pus duas colheres de nata e um punhado de parmesão ralado, acertei o sal e Voilà.

O resultado vocês conferem na foto e a receita mesmo, só no próximo teste.

Páscoa

Eu juro que nesta páscoa selecionei um monte de receitas interessantes com chocolate mas não tive tempo de testá-las nem de mostrá-las aqui.

Mas aqui vai uma receita que é sucesso na familia há pelo menos 30 anos. Minha mãe não sabe dizer a origem certa, já que aprendeu com a minha avó que é filha de italiano, que aprendeu com alguém, então mesmo sabendo que portugal tem tradição em bacalhau, e sem saber se lá tem alguma parecida, pra mim, este é o Bacalhau da Mamma.

Foto: Alexandre Cruz

Bacalhau da Mamma

Realmente não tem mistério. É muito simples e uma vez que você provar, não vai querer voltar a fazer aquele de forno.

Prepare o seu mis en place:

Limpe, dessalgue o bacalhau e o deixe em lascas ou desfiado (aprox 800 gr)
03 tomates em rodelas
02 pimentões médios em rodelas (qualquer cor, prefiro vermelho ou amarelo por ser mais suave)
02 cebolas meedias em rodelas
1 kg de batata descascada cortada em rodelas de1,5 cm de espessura
02 dentes de alho amassados
Azeitonas a gosto
Azeite de oliva
Sal se necessário
Pimenta do reino moída a gosto
1/2 xícara de água

Escolha uma panela de fundo grosso que sirva a quantidade de convidados. Sabe aquela que você faz aroz quando tem 12 pessoas pro almoço? Aquela.

Coloque um pouco de azeite, refogue 2 dentes de alho amassados (opcional) e desligue o fogo.

Não existe uma receita com quantidades, comece montando tudo em camadas e distribuindo os ingredientes. Quanto maior a panela, menos camadas vai render. Minha mãe faz sempre 3 camadas de cada ingrediente mas eu faço com 2 e fica igualmente bom.

Com a panela fria, comece a montar as camadas na ordem abaixo:

Tomate
Batata
Cebola
Azeitonas
Bacalhau

Repita até acabar os ingredientes. O importante é sempre começar com o tomate e a última camada sempre ser batata. Então o ingrediente com maior volume será sempre a batata. Capicce?

Regue com azeite, ajuste o sal se necessário, ligue o fogo médio, adicione a água e, com a panela tampada, cozinhe por aproximadamente 1 hora, estará no ponto quando a última capa de batata estiver cozida.

Dica: não precisa temperar as camadas, mas eu gosto de na primeira e na ultima salpicar pimenta do reino e como a última camada de batata o sal do bacalhau não alcança, é bom salpicar também.

Quarta-feira light

Mesmo cansada é delicioso chegar em casa e preparar alguma coisa gostosa pra jantar. A bola da vez foram as berinjelas que no domingo viraram sopa e na quarta foram pro forno.
Berinjelas Recheadas

02 berinjelas pequenas
Carne moída
Cebola e alho pra refogar
Azeite de oliva
01 tomate
Pimentão picadinho
Queijo para gratinar
Sal, pimenta e páprica a gosto

Lave as berinjelas, seque-as e, como um colher, faça o bercinho que vai receber o recheio. Besunte a casca da berinjela com azeite e leva ao forno por 12 minutos.

Enquanto isso, refogue a cebola e o alho em um pouco de azeite, acrescente a carne e depois que ela estiver cozida junte o tomate e o pimentão e tempere com sal, pimenta e páprica.
Passados os 12 minutos, tire a berinjela do forno, recheie os berços, salpique queijo ralado e leve ao forno até dourar o queijo.

Essa simples delícia foi acompanhada de vinho e muita conversa boa, pequenos momentos da vida que o mundo pára para gente desfrutar.

Operação tomate

Por obra do destino as sementes de tomates foram parar no quintal da minha vó. Sem que ninguém notasse, as sementes cresceram, deram frutos e eles foram parar na mesa do almoço.

Qual não foi minha surpresa ao ver que além de dar frutos, o pé de tomate, deu muuuitos e suculentos tomates que por enquanto estão verdes mas se eu tiver sorte, ainda volto a comê-los essa semana.

Depois da feliz surpresa veio o problema: o pé estava no chão, todo esparramado, o que comprometeria metade da carga. Cabos de vassoura em punhos, uma ajudinha da mamãe e liçõesa da Martha Stewart na memória, 10 minutos depois os tomates estavam a salvo.

Lugar de calêndula também é na cozinha

Eu já sabia que a calêndula tinha propriedades cicatrizantes, é fácil encontrar cremes hidratantes com essa moça por aí, o que eu não sabia é que ela era um flor tão meiga e comestível.

Pois é, dando voltas no supermercado encontrei um punhadinho laranja, lindo, rodeado de louros frescos e tomilhos. É, elas estavam lá colorindo o estande de temperos e eu não pensei duas vezes antes de trazê-las pra casa.

Pesquisando um pouco mais descobri que ela também pode ser usada em saladas e como colorante, substituindo o açafrão. Faz sentido uma vez que sua origem conhecida é mediterrânea.

Não preciso dizer que logo vocês verão essas belezuras no prato.